Bastidores da Ciência

Ep. 1 | Filipe Alves: Ecologia de baleias e golfinhos da Madeira

Ep. 1 | Filipe Alves: Ecologia de baleias e golfinhos da Madeira

Filipe Alves é biólogo marinho e desde cedo está ligado ao mar por influências familiares, centrando atualmente os seus interesses na ecologia de cetáceos.

Desde 1998, exatamente há duas décadas, exerce funções ligadas à investigação científica. Tem trabalhado em vários projetos que envolvem parceiros europeus, e participa regularmente em conferências e workshops internacionais, o que lhe permitiu adquirir novas experiências e desenvolver aptidões”, explica. 

Atualmente, o biólogo madeirense está a fazer um pós-doutoramento na área da ecologia trófica de baleias e golfinhos, pelo CIIMAR - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e pelo MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, através do Observatório Oceânico da Madeira. Neste projeto, explica, está a “estudar a ecologia trófica das várias populações de cetáceos em ambientes insulares, tais como são o arquipélago da Madeira e os das Canárias e dos Açores, os quais compõem a região biogeográfica da Macaronésia”.

Mais especificamente, o investigador analisa a distribuição temporal destes animais, averiguando “se têm alturas preferenciais do ano para visitarem ou residirem na Madeira”, para perceber o “modo como estes predadores do topo da cadeia alimentar se relacionam com o meio marinho nas águas da Madeira”. A par disto, Filipe Alves analisa isótopos estáveis ao longo da cadeia trófica (desde o fitoplâncton até às baleias) para estudar a dieta alimentar destes animais. 

A movimentação da baleia-piloto, em particular, é um dos grandes interesses do investigador. A análise dos seus movimentos faz-se “através da colocação de marcas nestes cetáceos e que depois são monitorizadas via satélite”, esclarece o biólogo marinho.

O investigador defende que, com os resultados obtidos, pretende aumentar o conhecimento sobre estes “animais icónicos”, e que têm “uma importância fundamental do ponto de vista não só biológico, mas também cultural, educativo e socioeconómico”. Filipe Alves espera, com este conhecimento, “apoiar os decisores políticos na tomada de medidas de gestão e de conservação adequadas”.

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