Faz hoje precisamente 47 anos que o voo SA de Transport Aérien 730 submergiu nas águas madeirenses após não conseguir aterrar devido a condições meteorológicas adversas, um episódio que deixou marcas profundas na história da aviação e da Madeira. O avião acabou por cair no mar, resultando numa tragédia que permanece na memória coletiva da ilha. Parte da fuselagem do aparelho jaz ainda no fundo do mar (100m de profundidade), tornando-se um ponto de referência na história do arquipélago.
Atualmente, a Madeira continua a olhar para o mar, mas com uma perspetiva voltada para a sua exploração e para o seu conhecimento. O Observatório Oceânico da Madeira/ARDITI, equipado com tecnologias robóticas avançadas, tem hoje capacidade para mapear e documentar objetos que permanecem no leito marinho, possibilitando uma nova relação com o Atlântico submerso, que outrora era inacessível.
Nos próximos anos, com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), prevê-se um reforço destas capacidades, permitindo à região explorar o mar profundo até 6000 metros de profundidade. Além de abrirem novas portas para a investigação científica e para a monitorização do oceano circundante, estas tecnologias poderão também ser mobilizadas rapidamente para ajudar nas operações de busca e salvamento, um aspeto crucial numa região insular.
Esta data relembra-nos o impacto dos acontecimentos do passado, mas também convida-nos a refletir sobre como a ciência, a tecnologia e a inovação podem contribuir para transformar desafios em novas oportunidades. A história, o mar e a tecnologia entrelaçam-se, construindo pontes para um futuro mais imerso no Atlântico que nos rodeia.
Vídeo capturado utilizando o nosso ROV disponível, aqui.