Sara Tranquada defendeu a sua tese de doutoramento intitulada "Confronting the Numbers of Women in Computer Science & Engineering: Making the Gender Bias Visible", no dia 26/07/2021, tendo obtido assim o grau de Grau de Doutor em Digital Media. O seu trabalho foi orientado por Nuno Correia, Professor Catedrático na Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade - Nova de Lisboa e Karolina Baras, Professora Auxiliar na Universidade da Madeira e teve financiamento do FSE - Fundo Social Europeu através da ARDITI (M1420-09-5369-FSE-000002).
Resumo da tese:
Uma história tem sempre um princípio, meio e fim, mas nesta tese só encontrará o princípio e o meio – o fim cabe a si fazê-lo. Esperemos que esta tese permita-lhe aceitar a realidade das coisas como elas são. Quando pensa num engenheiro, quem visualiza: um homem ou uma mulher? Nesta tese vamos demonstrar, que ainda nos dias de hoje, um engenheiro, para a maioria da população, continua a ser um homem. Mas nem sempre foi assim: durante a II Guerra mundial, as mulheres lideraram como engenheiras, mas a situação mudou com o fim da guerra. A guerra havia terminado, mas não a luta das mulheres para serem reconhecidas como iguais não como um dos rapazes. Homens e mulheres são diferentes fisicamente, pelo que é razoável assumir que também o serão a nível do raciocínio, trazendo uma nova perspetiva de como resolver um determinado problema, graças a diferentes processos de criatividade, produtividade e inovação que cada um seguramente terá. Nesta tese exploramos como criar tecnologia digital que possa gerar reflexão relativamente ao preconceito dos géneros em informática e engenharia. Foram criados dois protótipos para o efeito; um que interage com o nosso consciente mostrando os números reais de alunos inscritos na universidade, e outro que interage com o nosso subconsciente, desafiando-nos a desvendar um enigma cuja resposta é: uma mulher. Utilizando medidas especificas para detetar a influencia da mente consciente e subconsciente, realizamos estudos para determinar qual dos protótipos tinha o potencial de criar a diferença. Nos estudos constatamos que Gender by Numbers só reforça a mentalidade que os homens devem seguir engenharias e que as mulheres devem seguir carreiras mais caraterísticas do seu sexo como educadoras de infância ou enfermeiras. No entanto o enigma Riddle Me This QR demonstrou que a mentalidade dos participantes está a mudar. A próxima etapa é a quebra do preconceito, como na hipótese de Patricia Devine.