Rita Figueiredo é professora na Escola Superior de Enfermagem de S. José de Cluny e doutoranda em Enfermagem na Universidade Católica Portuguesa, onde está a investigar a ansiedade perante a morte em cuidadores familiares de doentes paliativos.
Segundo a professora, "há pessoas cujo medo da morte e de morrer atingem elevadas proporções, provocando um intenso sofrimento, aumentando a sobrecarga do cuidador, interferindo com a sua capacidade de comunicar, com o desempenho das normais atividades do dia-a-dia e diminuindo a qualidade de vida". Na sua investigação, Rita Figueiredo entrevistou mais de cem cuidadores de familiares de doentes paliativos da RAM, e verificou que muitos sofrem de ansiedade perante a sua morte e necessitam de apoio por parte dos profissionais de saúde.
"O medo da morte prematura, que nos pode roubar a possibilidade de vivenciar determinadas experiências inerentes às diferentes etapas da vida e o medo de perder as capacidades mentais quando estiver a morrer foram também extremamente frequentes. A perda de capacidades mentais está intimamente ligada à perda de dignidade, à despersonalização e à perda de controlo", explica.
Como resultados, a investigadora avança que verificou que as pessoas que têm a sensação de ter desperdiçado a vida e as que não aceitam a sua mortalidade têm maior probabilidade de ter ansiedade perante a morte.
Oiça aqui: