A convite da 3.ª Comissão Especializada Permanente de Ambiente, Clima e Recursos Naturais, os investigadores da ARDITI, Rui Caldeira (OOM/IDL) e João Monteiro (MARE-Madeira/UMa), partilharam os seus pareceres técnicos e preocupações relativas ao projeto de decreto legislativo regional proposto pelo CHEGA, intitulado "Alteração do regime de proteção de parte da Área Marinha da Reserva Natural das Ilhas Selvagens".
Na audiência, os investigadores destacaram a importância de não reduzir a área protegida, sublinhando a necessidade de a região tomar medidas para a classificação de novas áreas de proteção na Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Região Autónoma da Madeira (RAM), em colaboração com o Governo da República e com uma estratégia inclusiva e participativa que integre os contributos de diversos stakeholders, incluindo pescadores, ambientalistas, investigadores e outros cidadãos.
Os investigadores aproveitaram a oportunidade para demonstrar que a pesca nas Selvagens representa apenas uma pequena fração do esforço e dos rendimentos do setor das pescas, sugerindo que, à semelhança do que foi anunciado para os Açores, sejam implementados mecanismos de compensação para o setor.
Na audiência, foi também sublinhada a importância de um investimento estratégico e do envolvimento da comunidade científica para fortalecer os esforços de monitorização e promover estudos relacionados com a conservação, as Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) e os possíveis impactes das atividades humanas.
Na opinião dos investigadores, a posição pioneira da RAM na criação e implementação de AMPs deve ser mantida, garantindo assim o cumprimento e a contribuição para os compromissos da região e de Portugal em relação à conservação e à restauração do património natural e do ambiente marinho.
Veja a reportagem da RTP Madeira aqui https://madeira.rtp.pt/politica/arditi-nao-concorda-com-a-abertura-das-selvagens-a-pesca-do-atum-video/